O papel do coach na prevenção das lesões no Cross Training
É por meio do acompanhamento do coach que o aluno tem um alto desempenho nas aulas. Se essa assistência for descuidada e despreparada, o atleta corre sérios riscos de ter lesões no Cross Training.
Um estudo realizado pela Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais constatou que o Cross Training pode provocar um alto índice de lesões musculoesqueléticas se não tiver o acompanhamento necessário. Ombro, coluna e joelho são as regiões mais atingidas.
O levantamento identificou que 56% dos praticantes entrevistados sofriam de alguma lesão advinda do Cross Training, mas que os fatores sobrepeso, prática de outras atividades esportivas e falta de orientação na execução dos exercícios também colaboraram com o fato.
É fundamental preparo, atenção e qualificação ao profissional, afinal, cada aluno exige um tipo de intensidade e treino, e cabe ao orientador da aula ter todo esse cuidado. Neste post, falaremos um pouco mais sobre o papel do coach na prevenção das lesões mais comuns na prática do Cross Training. Boa leitura!
A importância do coach para a box
Não há sucesso na box se não houver um bom trabalho do coach. Suas qualidades devem ser superar a boa didática das aulas e o conhecimento da área: é preciso saber lidar com o aluno.
Ter um bom relacionamento com os clientes do negócio garante fidelização. Os atletas se sentirão mais seguros em continuar nas aulas e indicar a box para outras pessoas.
Os atributos para a boa convivência com os alunos passam por:
- orientar corretamente a prática dos exercícios;
- entender os limites do atleta – principalmente aos iniciantes na atividade;
- criar uma relação mais próxima com o praticante, desde que respeite os limites éticos e profissionais;
- ter inteligência emocional para lidar com problemas, frustrações e deficiências desses alunos.
Exigências do esporte
Apesar do risco constante de lesões, o Cross Training está longe de ser a atividade mais perigosa aos atletas. Um estudo publicado pela revista norte-americana The Journal of Strength & Conditioning Research identificou que o Cross Training não está nem entre os dez com mais chances de lesão.
O levantamento apontou que a cada mil horas de atividades praticadas, são identificadas pouco mais de três lesões entre os atletas. É um número baixo se comparado com esportes tradicionais, como o judô (16,3), basquete (9,1), futebol (7,8), voleibol (7), caratê (6,7) e tênis (4,7).
Outro dado significativo do estudo foi o número de lesões quando não há o devido respaldo profissional na execução dos exercícios. De acordo com a pesquisa, quando isso acontece, a possibilidade de se lesionar quase triplica, o que prova, mais uma vez, a importância desse orientador no dia a dia dos alunos.
A participação do coach na prevenção de lesões
“O coach é responsável direto pela evolução de cada aluno. Cabe ao aluno escutar e seguir suas orientações, fazendo apenas o que for prescrito, sem exceder ou acelerar o processo de aprendizado e o aumento de suas próprias capacidades físicas”, ressalta Fábio Munhoz, coach e dono de uma box de Cross Training.
Para o atleta e empresário, as maiores exigências musculares estão na região posterior do tronco, core, ombros e punhos. Por isso, o cuidado é ainda maior. “Exercícios de mobilidade e alongamento regular dessas porções corporais ajudam a prevenir lesões”, destaca.
Os ombros são, definitivamente, regiões que exigem muito cuidado. Os movimentos intensos de rotação precisam de um acompanhamento minucioso do instrutor.
“Manguito rotador, elevador da escápula, trapézio, deltóide e lombar, como o músculo psoas e quadrado lombar, devem estar livres e se movendo de maneira correta”, orienta Vinícius Vieira, fisioterapeuta e integrante do grupo de fisioterapia integrada FIRST.
Para os atletas realizarem os movimentos com amplitude e sem riscos de sofrerem qualquer lesão, é dever do educador verificar se tudo está sendo feito de maneira correta. Luxações, lesão na Coifa dos Rotadores, artrite e artrose são bastante comuns quando postura e rotação estão desacertadas.
Por isso, é responsabilidade do orientador da aula estimular a responsabilidade dos alunos ao praticarem os exercícios. O alongamento correto, por exemplo, é uma prática que diminui consideravelmente o risco de lesões. “Alongamento ativo com auxílio do coach ou fisioterapeuta e liberação miofascial são práticas que reduzem as chances de se lesionar”, explica Vinícius.
O fisioterapeuta é enfático sobre a importância de alongamentos constantes e diários. “Uma rotina de alongamentos é benéfica para o relaxamento e aumento de flexibilidade da musculatura. Alguns músculos específicos, em encurtamento, geram dores, principalmente na coluna lombar”, recomenda.
Como contratar o profissional ideal?
O processo para selecionar o coach adequado para sua box de Cross Training deve ser amplo e cuidadoso. Com o profissional ideal, as aulas serão mais completas e os alunos terão menos riscos de sofrerem qualquer tipo de lesão.
Para iniciar, busque por referências de outros gestores da área; eles, com certeza, conhecerão outros profissionais. Faça um levantamento desses potenciais candidatos e entre em contato com aqueles que mais se identificarem com valores e estratégias da empresa. Se preferir divulgar a vaga, aposte em plataformas digitais.
Na etapa de entrevista, compreenda os objetivos do profissional, suas qualificações e antigos empregos. Para adiantar a atividade, levante o máximo de informações sobre o candidato antes do bate-papo. Ao final, é possível estabelecer testes para aqueles que foram qualificados.
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